DIÁRIO DO PORTAL: TODOS OS CAMINHOS LEVAM A ROMA

Roma é maravilhosa. Quem gosta de história tem inevitável desejo de conhecê-la. Suas heranças culturais, sua origem mitológica, tudo faz parte desse encantamento. É impossível pensar no mundo moderno sem retomar Roma. Todos os caminhos levam ao império, o mais importante, poderoso e duradouro da antiguidade, considerando sua porção oriental (Império Bizantino) que perdurou por mais de mil anos, após a queda de Rômulo Augustulo, o último imperador de Roma ocidental, em 476. Por esse aporte cultural e histórico, responsável por legados para a humanidade.

Não se pode pensar em República sem retomar Roma. Não se pode pensar em democracia sem retomar Roma. Não dá para pensar em línguas sem retomar o caminho de Roma. O português, o espanhol, o francês, o italiano e o romeno são línguas originárias do Latim, a língua romana. O Estado de Direito nasceu com os romanos, cujos cidadãos tinham suas vidas normatizadas pelas leis. Estudantes de direito não me deixam mentir. Outras academias de ensino, como a da arquitetura, moda, sociologia, morfologia, entre outras ciências bebem na fonte romana para o conhecimento ou no aperfeiçoamento dele. Suas organizações, políticas, sociais e culturais também são heranças práticas que modelaram a idade média e até hoje espelham modelos de governos modernos.

A arquitetura, a literatura são estilos até hoje estudados e copiados da cidade eterna. Apesar de toda a modernidade dos bytes, da tecnologia de informação, do conhecimento e da cultura moderna a humanidade nunca se livrou e provavelmente nunca ficará livre de Roma e seus legados, pelo contrário, estará sempre a retomando para moldar seu cotidiano, inclusive na competição esportiva. Nas arenas expandidas por Júlio Cesar gladiadores se enfrentavam até a morte. Era a diversão, o circo que os imperadores ofereciam para o povo nas festas imperiais que duravam semanas. A turba vibrava a cada lance, a cada golpe, a cada pescoço decepado. Nada mudou nesse quesito.

A sociedade moderna foi lá buscar inspiração. O mesmo circo foi armado e a mesma turba vibrante comparece nos MMA, nas lutas de boxes, nas arenas modernas onde os gladiadores se proliferam. O gosto do sangue ainda continua na boca da humanidade. A cada golpe, a cada supercilio partido, a cada nocaute a mesma vibração da plateia enlouquecida pela violência desmedida que no tatame e no ringue recebe o sinônimo de nobre arte. Depois sociólogos, cientistas, pesquisadores se debatem em busca de deslindar os caminhos da violência na sociedade contemporânea. Quem sabe precisem fazer o caminho de volta e retomar a estrada que leva a Roma.

Não sei dizer onde está a verdade. Lá os gladiadores lutavam pela vida. Eram na maioria escravos. Lá os imperadores necessitavam oferecer circo e pão à plebe para mantê-la submissa. Aqui os gladiadores modernos lutam para melhorar a vida deles, dos empresários, da grande mídia em torno da arena moderna. O espetáculo está garantido e o circo também. Novamente retomamos Roma, estamos no mesmo lugar de antes de tudo. É a vida se repetindo, se reinventando para confirmar que de fato somos, o melhor e o pior da criação.

Por: Vitor Paniágua

REDAÇÃO HOJERONDONIA.COM





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